Adolescência e depressão

09/11/2020
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09/11/2020 Sheyla Baumworcel

Com a chegada da adolescência e consequentemente com as mudanças em vários aspectos da vida do indivíduo, fica claro o quanto é complicado para o adolescente lidar com o luto gerado por tantas mudanças.

Os sintomas depressivos manifestam-se no adolescente através de vários indícios,  entre eles:  a irritabilidade, ausência de contato social, alteração do sono, alteração psicomotora e baixo rendimento escolar que podem evidenciar um aumento de números de faltas, além de falta de concentração e interesse, pois esse transtorno pode comprometer todo o desenvolvimento da criança ou do adolescente interferindo com o seu processo de maturidade psicológica e social.

Esses mesmos sintomas podem ser confundidos com as mudanças apresentadas nessa fase de transição da vida infantil para a adolescente, agravando seriamente seu desempenho escolar.

Verificou-se a ocorrência do transtorno depressivo na escola e a necessidade de aprofundar pesquisas de como tais transtornos podem ser erradicados da vida do adolescente bem como conhecer suas implicações no processo de ensino-aprendizagem.

Dificilmente um único modelo ou teoria seria suficiente para esclarecer algo tão complexo como a depressão, pois integra fatores sócio familiares, psicológicos e biológicos, onde as inúmeras teorias não se excluem, mas se completam.

A família ocupa um lugar importante na possível identificação dos sintomas pois é necessário que se perceba com rapidez as características depressivas que prejudicam o desenvolvimento do adolescente e busque ajuda adequada, a fim de intervir o mais precocemente possível na causa, possibilitando um tratamento mais eficaz.

A escola desempenha um papel fundamental na percepção do transtorno depressivo do adolescente, dependendo desta instituição a importante função de se ter um olhar especial e diferenciado ao aluno e apontando para a família a necessidade de acompanhamento.

A neurociência vem esclarecer o funcionamento do cérebro e nos dar compreensão de como este aprende e memoriza em situações de aprendizagem.

É importante esse conhecimento se estender na formação acadêmica dos docentes, com o intuito de que compreendam o funcionamento desse órgão e tenham orientação adequada para desenvolver um trabalho voltado especialmente para atender a demanda de cada indivíduo, passando a enxergá-lo como um ser único.

Dificuldades que afetam o aprender hoje, são obstáculos para os quais a Neurociência é capaz de nos dar respostas e contribuir para que a educação seja de fato otimizada.

Sheyla Baumworcel

Sheyla Baumworcel é Reinventora CORE, possui graduação em pedagogia pela Universidade Cândido Mendes (1976) e pós-graduação em psicopedagogia pelo CEPERJ (1998).Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem. Concluiu o curso Terapia Cognitivo Comportamental na Santa Casa de Misericórdia (2016). Também é pós-graduada em Neuroaprendizagem, Psicomotricidade e Cognição.