Quanto mais neurociência, melhor

09/07/2020
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09/07/2020 Katia Chedid

A neurociência e a pedagogia nunca conversavam. Ainda há uma distância considerável entre elas, o que não é bom, mas cada vez mais o conhecimento sobre o cérebro e como ele assimila as informações vem sendo útil para ampliar os horizontes de professores e alunos na sala de aula. “Existe um conjunto de pesquisas importantes sobre os caminhos do aprendizado no cérebro, mas não sabíamos como usar este material na classe. Eu mesma, quando fiz faculdade, sentia falta desse conhecimento nos clássicos da pedagogia”, diz Kátia Chedid, que acabou se especializando justamente em neurociência aplicada — assunto sobre o qual dará um curso online, promovido pela ONG Comunidade Reinventando a Educação. A seguir, algumas das descobertas científicas que podem tornar a educação mais atraente e eficaz.

SENTIDOS A TODA

O bom professor é aquele que consegue fazer a matéria não desaparecer da cabeça do aluno, ajudando o conteúdo a migrar da memória de curto prazo (que dura entre 4 e 6 horas) para a de longo prazo. Uma técnica que dá resultado é acionar mais de um sentido ao mesmo tempo, com iniciativas simples, como oferecer uma rodada de tacos na aula de espanhol.

BRINCANDO E APRENDENDO

Está comprovado que estimular brincadeiras que tenham o aprendizado como objetivo final é um método de ensino eficiente. Não se trata de passar a aula contando piadas, claro, mas de usar a diversão a favor do aluno. Quando a criança sorri, o cérebro é inundado de endorfina e serotonina, neurotransmissores que dão sensação de bem-estar e facilitam a memorização daquele conteúdo.

COM LEMBRANÇAS, COM AFETO

O afeto é um poderoso aliado da educação, pois conecta o conteúdo dado em sala de aula à vida do aluno fora dela. Na aula de biologia, por exemplo, o professor pode pedir que as crianças levem fotos de seus animais de estimação. Vai ajudar a reter o conhecimento e deixar a classe feliz.

HORA DO INTERVALO

Está provado que ninguém, nem adultos, consegue se concentrar totalmente em um assunto por mais de 20 minutos. Com crianças pequenas, este tempo é ainda mais curto. A solução é alternar as atividades com intervalos e preenchê-los com alguma atividade recreativa que tenha relação com a matéria.

MUDANÇA DE CENA

Um estímulo positivo a para que as crianças pequenas se interessem pelo ambiente escolar é promover mudanças constantes nele. Trocar as cadeiras de lugar, colocar novos quadros e trabalhos da parede, fazer um rodízio de salas e dar uma aula com todo mundo sentado no chão ajudará o aluno ficar mais atento ao que lhe está sendo apresentado.

 

Publicado originalmente na Revista Veja

 

Inscreva-se no curso Neurociência e Educação, com Katia Chedid.

Conheça os temas que serão abordados:

  • MEMÓRIA E APRENDIZAGEM
  • O CÉREBRO ALFABETIZADO
  • O CÉREBRO E A MATEMÁTICA
  •  

    INFLUÊNCIA DA RESPIRAÇÃO NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

  •  

    DESENVOLVIMENTO DO CÉREBRO

  •  

    CÉREBRO INFANTIL X ADOLESCENTE

 

 

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Katia Chedid

Educadora, graduada em pedagogia, especialista em neuropsicopedagogia e gestão escolar. Curadora de conteúdo no Facebook: “Neurociência e Educação” e “Neuroscience and Education”, com mais de 60.000 membros. Especializada em Neuropsicologia. Educadora com mais de 30 anos de experiência em escolas, pedagoga, psicopedagoga e gestora escolar. Especializada em Neuropsicologia, já participou de grupos de estudo em Neurociência na Faculdade de Educação da PUC-SP, na Escola Politécnica e na Faculdade de Educação da USP. Ministra cursos e palestras.