Nem preciso falar como a curiosidade é inata nos seres humanos e, ainda mais nas crianças. Quem nunca chegou aos limites da paciência de Jó com os infinitos “porquês” ou “o que é isso?” que uma criança é capaz de fazer em uma fração de segundos? Por que a borboleta voa? Por que o céu é azul? Por que as folhas caem das árvores? Por que a cola gruda? e mais uma infinitude de situações que, certeza, não darei conta nestas breves linhas. E a pergunta que sempre ressoou em minha cabeça é: onde vai parar toda esta curiosidade infantil? Talvez você, leitor, não esteja entendendo meu incômodo com este assunto, mas um breve relato sobre mim deve te localizar. Sou professora de química há mais de 20 anos, atuando na educação básica e no ensino superior e sempre me incomodou muito receber alunos no finalzinho do ensino fundamental 2 torcendo o nariz para a minha amada química. Sim! Amada Química! Sou apaixonada por esta área de conhecimento!
Para mim, ela sustenta o conhecimento humano tal como o ar que respiramos. Aliás, a respiração é um processo lindo, resultado de interações entre a química, a física e a biologia, sabia? Pois bem, como é possível nossos jovens não mostrarem a mesma curiosidade que os alimentava na infância? Bem, eles até demonstram interesse em ciências, mas, na maioria das vezes, este interesse está focado na biologia: o conhecimento sobre o próprio corpo, sobre a natureza como um todo…. magnífico! Mas, porque o mesmo interesse não aparece nas outras ciências, como a química e a física? Bem, eu tenho uma suspeita, a qual tenho usado como bússola para minhas pesquisas: o baixíssimo (e muitas vezes inexistente) contato das crianças com estas outras ciências, já no início do seu processo de aprendizagem escolar, ou seja, no infantil. Mas, será possível apresentar estas áreas de conhecimento para crianças neste nível escolar? Eu te respondo com uma outra pergunta: e por que não? Por que não aproveitarmos de toda esta curiosidade como uma mola propulsora para elas olharem para o mundo buscando entendê-lo com os olhos das ciências? Será este um quase absurdo, uma utopia de uma professora de química apaixonada? Será possível apresentar não só a biologia, mas a química e a física para as crianças? Será que as crianças dão conta de lidar com este conhecimento tido como duro, difícil?
Bem, cenas dos próximos capítulos, ou melhor, dos próximos textos! 😉
Até breve