Que pai ou mãe nunca escutou: Já vou! Já sei! Você já disse!
São incansáveis os conflitos entre pais, mães e filhos adolescentes. Afinal, agora eles não são mais crianças e, portanto, contestam, desafiam e testam os limites. Mas, também não são adultos, e portanto, responsabilidade dos pais e imaturos em alguns aspectos. É um super conflito entre a dependência e a independência.
Pais, mães e cuidadores, por vezes, na intenção de oferecer aos adolescentes uma vida de qualidade, falam, falam e falam novamente. Pois bem, são muitos os assuntos a serem tratados com eles e elas e por vezes os adultos se perdem e falam descontroladamente. E o que o adolescente faz? Tudo, menos o que o adulto lhe disse.
Sabemos que os familiares usam as ferramentas que têm em mãos para lidarem com os desafios desta faixa etária. Porém, se a estratégia que você tem utilizado não está funcionando, o convido a pensar uma nova.
Você já experimentou escutar o que o seu adolescente tem para dizer?
Nos últimos anos, os transtornos mentais como depressão, automutilação e suicídio têm crescido na adolescência. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens com idade entre 15 e 29 anos.
Não é incomum, ouvirmos de adolescentes no consultório: “Ninguém ouve o que eu tenho a dizer.” “Ninguém leva a sério o que eu digo.” “Só eles (pais) que têm razão.”
Parte do crescimento dos transtornos mentais na adolescência é uma forma (não das melhores, sabemos) que eles e elas encontraram de serem escutados, de terem suas demandas atendidas e de terem seus sentimentos valorizados. Quando não são escutados, o grito se transforma em sintoma (depressão, automutilação e suicídio).
Uma boa dica para melhorar a relação com seu filho ou filha e protegê-lo desses problemas é oferecendo a eles a sua escuta. Na medida em que eles percebem em casa um ambiente acolhedor, onde eles podem ser quem são, sentir o que sentem, serem valorizados e escutados, possivelmente não precisarão gritar para serem ouvidos.