Imagine a cena: numa sala de aula, dispostas em filas, estão sentadas trinta crianças – a maioria com doze anos. Se pudéssemos estar com eles ao menos 15 minutos antes desta cena, nós os veríamos comendo, conversando, pulando, correndo… Pudera! Estariam na hora do intervalo, do lanche, do recreio! Mas agora não. Neste momento esforçam-se para ficar sentados – e isto não está sendo fácil, acreditem!
A professora acabou de chegar na sala para uma aula de história. Ela é enérgica e sabe não há tempo a perder. Ela também é muito experiente: sabe que seus corpos estão agitados, e logo pede atenção. Não dá para aprender sem ter atenção! A experiência de longos anos lhe diz que com aquela turminha ela deve dar comandos bem rápidos e objetivos, instruções muito claras, sem perda de foco ou tempo. É por isso que, mal fala “bom dia” e já verifica se todos estão com o livro sobre a mesa! Seus alunos já sabem disso, faz parte de um acordo firmado há tempos, mas é preciso dizer que nem todos estão prontos. É quando percebe que há algo errado ali: Joãozinho e Aninha trocaram de carteira. Sem pestanejar, logo ordena que voltem para seus lugares, enquanto arremata:
Joãozinho, seu lugar é aqui, perto da mesa do professor! Distraído do jeito que é, você acha mesmo que eu o deixaria sentar aí atrás? E você, Aninha, o que faz aí no meio? Depois reclama que não consegue copiar da lousa…
A professora é atenta e eficiente, mas há algo que talvez não saiba (ou não tenha percebido), mesmo com toda a sua experiência: os motivos que a levaram a colocar Joãozinho e Aninha na primeira fila têm um fundamento; e que este é científico. E que, talvez, se soubesse mais sobre o funcionamento e a anatomia do cérebro ou como se dá a aprendizagem, poderia propor outras formações na sala, outras dinâmicas mais assertivas de aprendizagem…
Além disso, ela se daria conta de que, além do Joãozinho que é distraído e da Aninha que não enxerga bem, há ainda o Pedro, que é tímido, a Júlia que não consegue nunca memorizar, a Renatinha que troca letras e tantos outros alunos que se beneficiariam muito se ela soubesse, por exemplo a respeito de como o cérebro é constituído e como cada área dele é responsável por um tipo de aprendizado! Se a professora fosse apresentada aos fundamentos da Neurociência talvez ela pudesse ser, além de intuitiva, mais “racional” nas suas tomadas de decisão e, muito provavelmente, iria conseguir ter experiências ainda mais exitosas na sua sala de aula.
Alguém ainda poderá dizer que a professora não tem obrigação de conhecer neurociência, que ela não conhecerá nenhum professor que tenha tido, em sua formação acadêmica, esses fundamentos e que, mesmo que os tivesse, não conseguiria associá-los ao dia a dia da sua sala de aula…
A pergunta que fica é: será que esta não é a hora?
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