O sujeito em desenvolvimento – sobretudo criança e adolescente – necessita irrevogavelmente da presença do adulto, referência indispensável para um crescimento saudável. Vivemos numa sociedade que delega com muita facilidade a função educativa.
Os pais delegam para os aparatos midiáticos do mundo digital, para as deslumbrantes babás eletrônicas; professores delegam para a força controladora do conteúdo, das provas, das sanções regimentais, etc. Mas nada disso substitui a presença adulta, referencial, incentivadora e desafiadora do educador ou da educadora. Na última semana muito se falou dos professores, pelo espírito da data, mas precisamos pensar com muita energia na função dos pais para a educação das crianças e jovens, na função dos outros adultos que sempre comparecem no universo simbólico da criança como representantes das imagens parentais.
É preciso assumirmos como adultos esse lugar educativo. Não existe modelo escolar, seja o militar ou qualquer outro que se apresente como solução mágica e absoluta que dará conta da educação legítima e necessária para o bom desenvolvimento do sujeito em formação. A criança e o adolescente precisam ser educados constantemente nos ambientes em que vivem e convivem. Muita gente sofre pelo desamparo nascido da ausência do adulto em sua formação e desenvolvimento. Melhorar o mundo é educar nossas crianças. E educar nossas crianças é estarmos presente, como um referencial para elas. Não percebo que haja outro caminho.